terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Walter Pinheiro defende votação de novas regras do FPE já em fevereiro


Raíssa Abreu
O senador Walter Pinheiro (PT-BA), líder do PT e do Bloco de Apoio ao Governo, voltou a defender nesta quinta-feira (24) que os parlamentares votem já no início dos trabalhos, em fevereiro, as novas regras de distribuição do Fundo de Participação dos Estados (FPE). Pinheiro deve ser o relator na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do PLS 289/2011 – Complementar, que estabelece novos critérios de distribuição do fundo, assim como outras sete propostas que tramitam em conjunto.
O presidente em exercício do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, concedeu prazo adicional de 150 dias para que o Congresso aprove nova legislação sobre o assunto. O ministro analisou liminarmente um pedido feito no início da semana por quatro estados (Bahia, Maranhão, Minas Gerais e Pernambuco) que pretendiam garantir a continuidade do recebimento dos recursos, mesmo sem previsão legal.
O STF havia dado prazo até dezembro de 2012 para que o Congresso atualizasse as regras de repasse do FPE, estabelecidas pela Lei Complementar 62/1989, considerada ultrapassada diante das mudanças no país. Atualmente, 85% do FPE vai para os estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, cabendo os 15% restantes aos do Sudeste e Sul. Como não houve deliberação, a entrega dos recursos do fundo, que representam até 70% do orçamento anual de alguns estados, ficou sem amparo legal.
Na avaliação de Walter Pinheiro, diante do novo prazo, os legisladores devem se mobilizar imediatamente para colocar um fim à insegurança jurídica criada com a indefinição dos critérios de repasse do fundo.
- Não podemos deixar chegar no quinto mês para definir esta questão -  alertou.
Tramitação
O PLS 289/2011 – Complementar tramita, no momento, na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR), em conjunto com outras sete proposições. O substitutivo preparado por Pinheiro, de acordo com o próprio senador, mantém no mínimo os mesmos valores recebidos atualmente pelos estados por três anos. A ideia é que a previsão orçamentária dos estados não seja afetada nesse prazo, ainda que sejam propostos no período novos critérios para distribuição do fundo.
- O substitutivo produz as mudanças determinadas pelo STF, garante os valores atuais dos repasses aos estados e o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, dentro do previsto nos planos plurianuais – disse.
Walter Pinheiro também ressaltou que é um risco votar qualquer proposta que prejudique as projeções orçamentárias dos estados.
- É preciso promover conforto jurídico e econômico, garantindo o cumprimento das projeções orçamentárias, pois, caso contrário, os estados podem recorrer – alertou.
Nesta terça-feira (22), o Congresso enviou ao STF um documento em que negou ter se omitido por não ter votado até o final de 2012 projeto com uma nova regulamentação para a distribuição do FPE. A Advocacia-Geral do Senado explicou que tramitam nas duas Casas 29 proposições sobre o assunto e que o prazo só não foi cumprido por se tratar de tema extremamente complexo e falta de tempo hábil.
Apesar disso, a parcela do FPE referente aos primeiros dez dias da arrecadação de janeiro ano foi repassada aos estados pelo Tesouro Nacional no último dia 18. De acordo com o órgão, os repasses vão continuar a ser feitos porque o dinheiro não pertence à União, e, sim, aos estados.
Agência Senado

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